Os estudos e testes para aproveitamento da cama de galinha começaram há dois anos e foram desenvolvidos pelos pesquisadores da Embrapa Suínos e Aves, em Concórdia, Santa Catarina. A principal comprovação é a de que técnicas de fermentação com uso de lona garantem a reutilização das camas de aviários de forma segura, com redução significativa da carga bacteriana, inclusive Salmonelas.
O trabalho realizado em parceria com a União Brasileira de Avicultura (UBA) e Associação Brasileira de Exportadores de Frango (ABEF), ocorreu em duas etapas com o objetivo de avaliar as técnicas de tratamentos que são utilizadas no Brasil: uso de cal, enleiramento da cama no centro do aviário e a cobertura com lona em toda a extensão do aviário.
A primeira fase do trabalho, concluída ainda em 2007, foi para a avaliação microbiológica dos três métodos, ou seja, objetivou a análise de índices de presença de bactérias mesófilas e enterobatérias totais, grupo que inclui patógenos como Escherichia coli e outras, após a aplicação do tratamento. “Os resultados mostraram que os tratamentos usados no país reduzem substancialmente a carga bacteriana da cama aviária”, explicou a pesquisadora Virgínia Santiago Silva. De acordo com a pesquisa, o tratamento de maior eficiência na redução da carga de enterobactérias foi a cobertura com lona em toda a extensão do aviário. “O uso da fermentação em leira também se mostrou viável, ou seja, o mais seguro é fermentar a cama”, comentou ela.
Num segundo momento, em 2008, os trabalhos de pesquisa foram concentrados para avaliar a sobrevivência de Salmonella Enteritidis fagotipo 4 (SEPT4) em cama aviária reutilizada e submetida aos tratamentos utilizados no país. A pesquisa foi realizada em aviário experimental, com a inoculação da bactéria. Nesse caso, foram realizados seis repetições de cada tratamento e os resultados validaram o uso dos tratamentos fermentativos. “Nos tratamentos fermentativos a eliminação total da Salmonella ocorreu antes do que nos outros tratamentos. Essa prática pode ser considerada como imprescindível para o controle sanitário na produção avícola”, explicou Virgínia.
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