sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

LÁCTEOS ESTÃO EM ALTA NO MERCADO INTERNACIONAL.

Segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), os preços de exportação do setor lácteo, entre 16 e 27 de novembro, mostraram um novo reajustamento para todos os produtos na Oceania e na União Europeia, quando comparados à quinzena anterior. Na União Europeia, o preço médio do leite em pó inteiro foi cotado em 3.987,5 dólares por tonelada (mais 3,24 %), sendo que o valor máximo ultrapassou os 4.000 dólares por tonelada.

Segundo informações da Dairy Industry Newsletter (DIN), os preços no mercado mundial aumentaram mais acentuadamente nas últimas semanas, devido à oferta limitada, ao ‘aquecimento’ da procura e aos preços na União Europeia afetados pelo corte das restituições à exportação. A oferta de leite na Nova Zelândia deve ser 0,6% superior em relação ao ano passado, mas menor do que a esperada, enquanto a oferta da Austrália no trimestre entre junho e setembro caiu quase 4% face ao mesmo período do ano anterior.

A Califórnia, maior estado produtor de leite em pó dos EUA, sofreu uma contração de 5% na oferta de leite, e todos os preços nos EUA continuam a subir, com os mercados de proteína particularmente apertados. A procura tem sido impulsionada pelo excepcional aumento das importações chinesas. O mercado está à espera do próximo leilão online da Fonterra, com expectativa de novos aumentos de preços.

Na União Europeia, segundo a DIN, todas as restituições à exportação foram agora reduzidas a zero, o que criou uma grande incerteza sobre o futuro dos preços, especialmente para a manteiga e o leite em pó inteiro. Para o leite em pó desnatado, o aumento dos preços mundiais tem sido suficientemente rápido para absorver a maior parte da redução das restituições à exportação.

Os preços do leite em pó inteiro variaram entre 3.775 e 4.200 dólares por tonelada na União Europeia, e entre 3.400 e 3.700 dólares por tonelada na Oceania.

Na União Europeia, o preço médio do leite em pó desnatado (3.437,5 dólares por tonelada) teve uma subida de 4,2% em relação à quinzena anterior, com valores entre 3.275 e 3.600 dólares por tonelada. O soro em pó mostrou o reajustamento mais leve, de 2,35 por cento, no preço médio (1.087,5 dólares por tonelada), oscilando entre 975 e 1.200 dólares por tonelada.

Na Oceania, o preço médio do leite em pó desnatado ficou em 3.400 dólares por tonelada, com valores entre 3.200 e 3.600 dólares por tonelada, um reajustamento de 1,5% em relação à quinzena anterior. O queijo cheddar foi o produto com a subida mais expressiva no preço médio (12,3%), fechando a 4.350 dólares por tonelada, com valores entre 4.000 e 4.700 dólares por tonelada. O valor médio da manteiga foi de 3.750 dólares por tonelada na Oceania, 3,5% superior em relação à quinzena anterior, e 5.125 dólares por tonelada na União Europeia, uma subida de 4,6%.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

COOPERAÇÃO ENTRE BRASIL E UNIÃO EUROPÉIA PODE MELHORAR COMÉRCIO DE ALIMENTOS.

Nos próximos dois anos, fiscais federais agropecuários do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) serão treinados no diagnóstico de doenças, pragas, inocuidade de alimentos, zoonoses e contaminantes, nos mesmos moldes que os técnicos europeus da Diretoria-Geral de Saúde e Proteção do Consumidor (DG-Sanco, sigla em inglês). A capacitação é parte das ações do Projeto de Cooperação União Europeia - Mercosul, para a harmonização de normas e procedimentos veterinários e fitossanitários, inocuidade de alimentos e produção agropecuária diferenciada no bloco sul-americano. As medidas também serão válidas para Argentina, Uruguai e Paraguai.

As ações para o biênio 2010/2011 foram definidas, este mês, em Montevidéu (Uruguai) e terão o investimento de 651 mil euros. Segundo o coordenador de Assuntos Internos do Mercosul, do Departamento de Assuntos Comerciais (DAC/Mapa), Luis Henrique Barbosa, o projeto, financiado pelos dois blocos econômicos, tem o propósito de criar ferramentas para favorecer a integração sanitária regional e facilitar o comércio de alimentos.

“Poderemos adotar, por exemplo, um sistema de alerta sanitário para produtos agropecuários dentro da região e para produtos importados de terceiros países”, explica o coordenador. O objetivo, diz ele, é fortalecer as políticas preventivas em defesa do consumidor do Mercosul, além de ampliar o acesso dos produtos do bloco aos mercados importadores.

Seminários e boas práticas - Entre as ações previstas está, ainda, a realização de 16 seminários sobre técnicas de auditorias, análises de risco, gestão da segurança alimentar, controles sanitários nas fronteiras, gerenciamento de laboratórios e controles preventivos de pragas quarentenárias. Também poderão ser desenvolvidas propostas de manuais e guias para padronizar, na região, o controle sanitário nas fronteiras, além de criar sistemas comuns de inspeções em estabelecimentos produtores de alimentos.

Os pequenos produtores também serão beneficiados com o projeto. Será elaborada uma proposta de manual regional de Boas Práticas Agrícolas e Pecuárias, possibilitando melhoria dos sistemas de produção e acesso ao mercado europeu de frutas, hortaliças e produtos de origem animal.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

CNA MOSTRA FALHAS DO CENSO AGROPECUÁRIO 2006 DO IBGE.

A Comissão de Agricultura do Senado deve convocar para a próxima semana audiência pública com pesquisadores e o presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para apontar os responsáveis pelo erro e saber quem vai pagar os prejuízos causados pela falha no Censo Agropecuário.

O próprio IBGE já reconheceu que há erros nos dados sobre concentração de terra no Censo Agropecuário. A CNA chamou a FGV para analisar os dados e checar os níveis das falhas. Consultorias privadas também se reuniram para estudar as informações e pretendem divulgar um documento sobre o assunto. Porém, isso ainda não tem data prevista.

A Consultoria Céleres ficou responsável por estudar as informações sobre o algodão. Cristiano Ramos, o diretor responsável por esta avaliação antecipa que as diferenças entre o Censo e outras pesquisas são grandes.

Ramos alerta que, nas atuais condições, se o Censo servir como referência para investimentos, ele traz riscos para a tomada de decisões dos produtores.

Nesta segunda, dia 16, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil divulgou uma alerta apontando mais diferenças entre o Censo Agropecuário e outras pesquisas do próprio IBGE. Segundo a CNA, o Censo registra em 2006 uma produção de leite 21% menor que a da Pesquisa Pecuária Municipal do mesmo ano. A mesma diferença foi encontrada na produção de soja. Os números devem ser discutidos semana que vem na Comissão de Agricultura do Senado para apontar os responsáveis pelas falhas.

A presidente da Confederação, senadora Kátia Abreu, acredita que pode até ser exigida uma nova contagem do censo.

— Esses dados equivocados trazem um prejuízo enorme não só aos produtores rurais, traz prejuízos enormes à economia nacional porque houve uma redução da produção no país. Esses números estão rodando por todo o mundo, o Censo Agropecuário é motivo de curiosidade por todos os países, por todos aqueles que produzem alimentos — avalia Kátia.

Para o Ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, a produtividade da agricultura familiar mostrada pelo censo incomoda os grandes produtores. Em entrevista por telefone ao Canal Rural, Cassel, que está em Roma, classificou de exagero a afirmação da CNA de que o erro no censo causa um prejuízo enorme e defendeu a pesquisa do IBGE.

— Isso acontece normalmente quando se publica um censo com a dimensão do Censo do IBGE. O Censo do IBGE é muito importante para o Brasil, é um organismo que tem a maior credibilidade, a maior qualidade técnica. O Censo, do ponto de vista técnico-científico, é muito apropriado e os resultados são excelentes. Não vejo porque agora tentar desqualificar o trabalho do IBGE. Isso não é justificável — concluiu o ministro.

BRASIL EM 4º LUGAR NA PRODUÇÃO DE MILHO.


A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apresentou os resultados dessa cultura nas safras 2006/2007, 2007/2008 e 2008/2009 em 16 países e as perspecctivas para 2009/2010, com base em informações próprias e do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

As safras analisadas indicam a liderança isolada dos Estados Unidos, como o grande produtor mundial de milho, sendo que o auge norte-americano foi entre 2007/2008, quando a colheita alcançou 331.177 milhões de toneladas do grão. No mesmo período, a China, que tradicionalmente é o segundo maior produtor de milho, colheu menos da metade, 152.300 milhões de toneladas.

“O que chama a atenção é que o Brasil está se firmando como o quarto maior produtor de milho do mundo” destacou o economista da Conab, Mariano Marques. O estudo mostra essa posição nas safras 2006/2007, 2008/2009 e deve manter esse resultado em 2009/2010, colhendo 51.000 toneladas de milho. Em 2007/2008, o País ocupou o terceiro lugar da lista, com 58.600 toneladas. Em média, o Brasil consome 45 milhões de toneladas e exporta sete milhões por safra. A exceção foi em 2006/2007, com a exportação de quase 11 milhões de toneladas. A previsão é que a produção brasileira se mantenha estável em 2009/2010.

Veja a apresentação da Conab:
http://www.agricultura.gov.br/pls/portal/url/ITEM/78961C7A1AE96778E040A8C075021F25

domingo, 15 de novembro de 2009

INPEV RECEBE PRÊMIO DA REVISTA BRITÂNICA AGROW COMO MELHOR PROGRAMA SUSTENTÁVEL DA CADEIA AGRÍCOLA.

Em cerimônia realizada na quarta-feira, 11 de novembro, em Londres na Inglaterra, o inpEV – instituto que tem entre suas associadas as indústrias fabricantes de defensivos agrícolas – recebeu o prêmio de melhor programa de stewardship em 2009 pelo sistema brasileiro de destinação de embalagens vazias de defensivos agrícolas. O prêmio, concedido pela revista britânica AGROW (http://www.agrow.co.uk/) é um dos principais do agronegócio mundial.

A categoria “Best Stewardship Programme” – que é designada a reconhecer associações, companhias ou indivíduos por se destacarem na gestão sustentável de produtos fitossanitários – reuniu cases de conceituadas organizações como Arysta LifeScience, CropLife Foundation, Dow AgroSciences e Syngenta.

“Este prêmio é o primeiro reconhecimento internacional sobre o trabalho realizado por todos os integrantes da cadeia produtiva agrícola no Brasil: agricultores, canais de distribuição e cooperativas, indústria e poder público comprometidos com a destinação ambientalmente correta de embalagens vazias de defensivos agrícolas pelo desenvolvimento sustentável da agricultura”, comemora João Cesar Rando, diretor-presidente do inpEV.

Segundo a organização do AGROW AWARDS, Stewardship é definido como a maneira de gerir o ciclo de vida de produtos agrícolas e pode envolver uma série de iniciativas como programas de incentivo ao uso correto e seguro dos produtos, programas consistentes de gestão e destinação de embalagens vazias e de produtos obsoletos ou impróprios para uso.

Sobre o inpEV

O inpEV – Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias – é uma entidade sem fins lucrativos que representa a indústria fabricante de defensivos agrícolas em sua responsabilidade de destinar as embalagens vazias de seus produtos de acordo com a Lei Federal nº 9.974/2000 e o Decreto Federal nº 4.074/2002. A lei atribui a cada elo da cadeia produtiva agrícola (agricultores, fabricantes, canais de distribuição e poder público) responsabilidades que possibilitam o funcionamento do Sistema de Destinação de Embalagens Vazias.

O instituto foi fundado em 14 de dezembro de 2001 e entrou em funcionamento em março de 2002. Atualmente, possui 79 empresas e sete entidades de classe do setor agrícola como associadas.

Mais informações sobre o inpEV e o Sistema de Destinação Final de Embalagens Vazias estão disponíveis no site www.inpev.org.br.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

EMISSÃO DE CO2 PELO SETOR AGROPECUÁRIO SOBE 30% EM 13 ANOS, DIZ MINC.

O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, anunciou nesta terça-feira (27) a nova estimativa de emissões de CO2 do setor agropecuário.

O estudo mostra que o setor passou a emitir 30% a mais de dioxido de carbono e gases equivalentes no período de 1994 a 2007. Segundo os dados, as emissões da pecuária aumentaram 25%, enquanto o uso do solo provocou acréscimo de 39%.

De acordo com a estimativa de gases de efeito estufa, a agropecuária responde por 25% das emissões do país. Mais de 50% do CO2 emitido no Brasil vem do desmatamento. O estudo destaca ainda que as emissões também aumentaram na área de energia (54%), nos processos industriais (56%) e no tratamento de resíduos (32%).

Minc avisou que a Embrapa apresentou três medidas para o manejo do solo. Uma delas é a combinação da lavoura com a pecuária, que diminuirá o solo usado e as emissões; A outra medida é a recupação de áreas degradadas; O ministro também defendeu o aumento do plantio direto, com menos uso de fertilizante. “Com essas três medidas combinadas, reduziremos em 7% as emissões do Brasil até 2020”, disse o ministro.

O ministro disse ainda que na semana que vem o governo irá apresentar novos dados que mostram mais um mês de queda do desmatamento da Amazônia.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

DOU PUBLICA RESOLUÇÃO QUE OBRIGA ADIÇÃO DE 5% DE BIODIESEL AO DIESEL.

A resolução do CNPE - Conselho Nacional de Política Energética - que estabelece o mínimo de 5% de adição de biodiesel ao óleo diesel comercializado ao consumidor final está no Diário Oficial da União desta segunda-feira (26/10).

O B5, que estava previsto em lei para começar a vigorar em 2013, será obrigatório em todo o território nacional a partir de 1º de janeiro do ano que vem, conforme anunciou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na última sexta-feira (23/10).

De acordo com o CNPE, o maior uso do biodiesel na matriz energética nacional favorece a agregação de valor às matérias-primas oleaginosas de origem nacional, o desenvolvimento da indústria nacional de bens e serviços e a ampliação da geração de emprego e renda em sua cadeia produtiva.

Segundo o governo, a capacidade de produção de biodiesel instalada no país é suficiente para atender à elevação do percentual de adição de 4% para 5%. A adição não exigirá alteração dos motores e da frota veicular em circulação.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

PESQUISA CONSTATA "FAVELIZAÇÃO" DE ASSENTAMENTOS.

Em meio a uma nova operação da oposição para viabilizar a instalação de uma CPI para investigar os repasses de recursos públicos a entidades vinculadas ao Movimento dos Sem Terra (MST), a senadora Kátia Abreu (DEM-TO) divulgou ontem dados de uma pesquisa do Ibope, encomendada pela Confederação Nacional da Agricultura (CNA), que constata a "favelização" dos assentamentos rurais do Incra. A enquete - realizada com mil trabalhadores rurais distribuídos em nove assentamentos que, em tese, já teriam sido emancipados - indica que 83% deles nunca fizeram qualquer curso de qualificação, 37% nada produzem em suas propriedades e 75% não tiveram acesso a crédito rural.

Só 27% dos assentados admitiram produzir o suficiente para o consumo de suas famílias e algum excedente para venda. Os outros 73% não geram qualquer renda e 40% admitem ter renda de apenas um salário mínimo - Estamos criando verdadeiras favelas rurais, distantes de todas as políticas públicas, já que tudo no campo custa mais caro - disse Kátia, presidente da CNA, frisando que pelo menos 55% dos entrevistados declararam não ser os donos originais das propriedades: - Só 39% são donos originais. A maioria dos lotes já foi vendida.

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, pôs em dúvida os dados apresentados pelo CNA: - Não há surpresa em a CNA atacar a reforma agrária. Não conheço essa pesquisa. Mas acima de qualquer pesquisa da CNA ou do MST, há um estudo oficial que saiu há pouco mais de 30 dias, o censo agropecuário, que comprova que a agricultura familiar é mais produtiva do que a tradicional e em grande escala.

MST faz protesto por escolas no Rio Grande do Sul Para evitar uma nova operação da base governista com a intenção de barrar a instalação de outra CPI que investigue o MST, a exemplo do que aconteceu no início deste mês, a oposição só pretende protocolar o novo requerimento após um compromisso público do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), de marcar uma sessão do Congresso para sua leitura. Essa foi a estratégia encontrada pelos autores do requerimento, Kátia Abreu e o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), para evitar que os 177 deputados e 35 senadores que assinaram o documento não sejam pressionados a retirar suas assinaturas.

No Rio Grande do Sul, o MST protestou ontem contra o fechamento das escolas em seus acampamentos, as chamadas escolas itinerantes. Em Porto Alegre, 400 crianças assentadas se concentram na Praça da Matriz, onde tiveram aulas

Cassel e Caiado divergem.

O ministro do Desenvolvimento Agrário (MDA), Guilherme Cassel, negou ontem que o governo tenha repassado, entre 2004 e 2008, R$ 115 milhões para entidades ligadas ao Movimento dos Sem Terra (MST), como denunciou semana passada o líder do DEM, deputado Ronaldo Caiado (GO). Segundo o ministro, o deputado teria usado levantamento feito pela pasta, sem citar que pelo menos 56% dos recursos foram para a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) nos estados. Outros 26,9 milhões teriam sido encaminhados a duas entidades que promovem assentamentos rurais, por exigência do Banco Interamericano de Desenvolvimento.

E o restante teria ido para as Federações de Trabalhadores na Agricultura de Mato Grosso, Bahia e São Paulo.

- O governo não tem nenhum convênio ou contrato com o MST- afirmou Cassel, durante audiência pública na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado.

Caiado disse que o MST não tem registro como pessoa jurídica e, portanto, não pode receber dinheiro diretamente do governo. Por isso, segundo ele, os sem-terra se valem de entidades laranjas. O deputado acusou o ministro de não saber explicar como os recursos do MDA foram gastos.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

NOVA TECNOLOGIA PARA CONTROLE DA SIGATOKA-NEGRA É APRESENTADA.

Simples e barata, uma tecnologia da Embrapa apresentada na última semana em Rondônia é a mais nova arma no combate à sigatoka-negra, a principal ameaça à cultura da banana em todo o mundo. Os cientistas descobriram que a aplicação de pequenas doses de fungicida em determinada parte das folhas das bananeiras é suficiente para garantir a saúde da planta e a produção de frutos de qualidade. A tecnologia foi apresentada em curso realizado na Embrapa Rondônia com participação de profissionais da Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril do Estado de Rondônia (Idaron).

Os estudos que deram origem à nova tecnologia tiveram início em 2003, na Embrapa Amazônia Ocidental, uma das 42 unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Os pesquisadores aplicaram fungicidas em diferentes partes das bananeiras, como a raiz, o pseudo-cale (equivalente ao tronco da planta) e as folhas. Os melhores resultados foram obtidos com a aplicação de pequenas doses de fungicida puro na axila da segunda folha – contada de cima para baixo – da bananeira. A axila é a base da folha, onde ela se prende ao pseudo-caule.

Os números são animadores. Nos ensaios realizados pela Embrapa, bananeiras submetidas ao controle com a nova tecnologia apresentaram folhas verdes durante todo o período de produção dos cachos e conseguiram desenvolver frutos de qualidade. Os cachos pesam cerca de cinco quilos a mais que os produzidos por bananeiras em que a doença não foi controlada.

Engenheiro agrônomo e pesquisador da Embrapa Amazônia Ocidental, Luadir Gasparotto explica que é necessária a adaptação de uma seringa para a aplicação dos fungicidas na axila da bananeira. Como não existe equipamento com tais caraterísticas no mercado, os pesquisadores utilizaram uma seringa veterinária e adaptaram uma mangueira de 25 cm de comprimento no lugar da agulha. Na extremidade da mangueira foi colocado um cano metálico, com cerca de dois metros de comprimento, para que seja possível aplicar o fungicida na folha que fica na parte mais alta da planta.

Além de eficaz, o método mostrou-se também barato. Enquanto outros tratamentos para controle da sigatoka-negra exigem 52 pulverizações de fungicida por ano, a nova tecnologia exige apenas três aplicações em cada ciclo produtivo. Com fungicidas a base de Flutriafol, são recomendados 2 ml do produto por planta em cada aplicação. Fungicidas a base de Azoxystrobin são aplicados em doses de 1 ml por planta.

Outra vantagem é ambiental. Com as pulverizações tradicionais, seja por meio de avião ou manual – com pulverizador costal –, o fungicida é lançado no ambiente, podendo contaminar outras plantas, animais e pessoas. As aplicações localizadas, com a seringa, evitam o desperdício e diminuem os riscos de contaminação ambiental.

Principal ameaça

Causada pelo fungo Mycosphaerella fijiensis, a sigatoka-negra ataca as folhas da bananeira e foi descrita pela primeira vez em 1963, no Distrito de Sigatoka, nas Ilhas Fiji. Os primeiros sintomas da doença aparecem na face inferior da folha, como estrias de cor marrom, que evoluem para a cor preta. Provoca rápida destruição da folha, reduzindo a capacidade fotossintética e a produtividade da planta.

Luadir Gasparotto, um dos criadores da nova tecnologia de controle, mostra que existem duas formas de se driblar a doença. Uma delas é adotar variedades resistentes, como a BRS Conquista, da Embrapa. A outra é controlar a sigatoka-negra por meio da aplicação de fungicidas, o que até agora tinha elevado custo. Mais barata, a nova tecnologia permite até mesmo a pequenos produtores o controle da doença e o retorno do cultivo de variedades mais suscetíveis.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

CHEGA AO BRASIL NOVO APARELHO PARA CONTROLE DE AGROTÓXICOS.

A partir do mês de outubro, o Lanagro - Laboratório Nacional Agropecuário - em Minas Gerais, começa a usar um equipamento mais moderno para detectar resíduos de substâncias nos alimentos com entrada controlada na União Europeia.

O espectrômetro de massas com detector Time of Flight (TOF), do modelo Synapt HDMS, identifica resíduos de novos princípios postos ainda não conhecidos - em geral, resultantes da grande versatilidade da indústria de agrotóxicos em desenvolver novas formulações - e que são utilizados no processo produtivo dos alimentos.

O equipamento estará a serviço do PNCRC - Plano Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes, do Mapa - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, por meio da Rede Oficial de Laboratórios Agropecuários, da qual faz parte o Lanagro.

A compra do espectrômetro e a capacitação do corpo técnico dos Lanagros fazem parte do Projeto de Apoio à Inserção Internacional de Pequenas e Médias Empresas. O projeto foi executado pela ABDI - Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial e co-financiado pela União Europeia.

“A utilização de equipamentos cada vez mais eficientes é fundamental para que os princípios ativos utilizados nas diversas culturas sejam monitorados por programas oficiais”, explica Angelo Maurício, responsável pela área laboratorial de resíduos e contaminantes em alimentos da Coordenação-Geral de Apoio Laboratorial do Mapa.

O aparelho Synapt HDMS contribuirá, ainda, com a meta do Mapa de tornar o Lanagro/MG uma referência nacional em metodologias de controle de resíduos e contaminantes, oferecendo suporte à adoção de novas políticas públicas para controle de agrotóxicos.

GOVERNO DEVE ANUNCIAR APOIO A PRODUTORES DE ORGÂNICOS.

O governo prepara novas regras para apoiar a produção de orgânicos. Mesmo com crescimento do mercado, agricultores familiares sofrem com a falta de crédito e assistência técnica.

Há seis anos, o produtor Divino Fernandes Alves trabalha com agricultura orgânica. Na propriedade de seis hectares, próxima a Brasília, ele faz tudo conforme as regras da produção desse tipo alimento: nada de produtos químicos e os empregados trabalham mediante contrato. A família também ajuda na produção e todo o espaço é aproveitado: há milho, batata inglesa, goiaba, vagem, morango.

– Ao todo, a produção chega a umas 100 toneladas. Umas 30 toneladas de morango, umas 30 de batata inglesa e outras coisas: vagem, abóbora, pepino, melancia, goiaba – explica ele.

O sonho do seu Divino é dobrar a produção de alimentos. Mas sem assistência técnica ele sabe que isso está longe de se concretizar. O problema enfrentado pelo produtor é o mesmo que, segundo o IBGE, atinge milhares de produtores em todo o país e que dificulta o desenvolvimento da agricultura orgânica. Assim como outros agricultores, seu Divino também enfrenta restrições de crédito, porque ainda não conseguiu o título da propriedade.

– Tem essa sobra de morango que a gente poderia industrializar, mas eu não tenho essa agroindústria. Quando eu chego ao banco com o documento que tenho de propriedade, sou embargado. Eu estou limitado, não posso ter nenhum financiamento porque eu não tenho nada para garantir – afirma ele.

De acordo com o último Censo Agropecuário, esses entraves limitam a produção de orgânicos no país. Quase tudo é cultivado, em pouca quantidade. Em larga escala são produzidos apenas soja, arroz, açúcar e mel, que têm como principal destino o mercado externo. O Ministério da Agricultura reconhece o problema e diz que, em janeiro, uma Instrução Normativa vai entrar em vigor para dar apoio aos agricultores.

– A gente pensa que, com a chegada da legislação, vamos ter mais instrumentos para buscar apoio para o preparo e capacitação destas pessoas. Também nós, do Estado, teremos como levar formação a estas pessoas e treinar os produtores, pois há uma demanda muito grande por conhecimento nessa área – afirma o coordenador de Orgânicos do Ministério da Agricutura, Roberto Mattar.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

ZONEAMENTO AGRÍCOLA DEVE ATINGIR 40 CULTURAS ATÉ 2010.

Até o final de 2010, os agricultores familiares poderão contar com cerca de 40 culturas zoneadas, significando a ampliação, com mais segurança, de alternativas de plantio. O Zoneamento Agrícola de Risco Climático permite que o agricultor inicie sua atividade agrícola em uma safra sabendo quais as épocas de plantio das culturas indicadas - o que reduz o risco da perda da lavoura em função de eventos climáticos -, considerando o ciclo da cultivar (semente) e o tipo de solo. (Veja quadro Brasil)

Segundo o coordenador-geral do Seguro da Agricultura Familiar (SEAF) da Secretaria de Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário (SAF/MDA), José Carlos Zukowski, na safra 2003/2004, apenas sete culturas estavam zoneadas: milho, algodão, arroz, sorgo, feijão, soja e trigo. Agora na safra 2009/2010, são 35 culturas que contam com o serviço de zoneamento. “Essa ampliação é resultado de um trabalho articulado entre o MDA, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e a Embrapa”, explica Zukowski.

Progressos
Nos últimos cinco anos, o trabalho de ampliação tem sido aprimorado para atender às necessidades da agricultura familiar dando, assim, mais opções de escolha para culturas apropriadas às condições da região e da propriedade. “É importante que o agricultor procure orientação da assistência técnica para conhecer o zoneamento e efetuar o plantio nas datas indicadas”, ressalta Zukowski.

No Nordeste, há 22 culturas zoneadas. Somente nesta região, mais de 1.500 municípios foram incluídos no zoneamento para culturas como o sorgo (1.013 municípios), feijão caupi (1.224 municípios), milho (649 municípios) e arroz (339 municípios).

Os agricultores do Sul do País contam, nesta safra, com 24 culturas zoneadas. No Sudeste, são 24; no Centro-Oeste, 18; e no Norte, o zoneamento agrícola abrange 17 culturas. (Veja quadro regiões)

O coordenador também explica que tem sido feito um trabalho para ampliação das culturas da sociobiodiversidade. A portaria de zoneamento agrícola para o dendê, por exemplo, foi publicado e estão previstas, ainda, as portarias para a pupunha, a pimenta-do-reino, o gergelim, a palma, o açaí, entre outros produtos.

De acordo com Zukowski, para agricultores familiares do Norte do País, as portarias de zoneamento agrícola têm sido publicadas após a definição do zoneamento ecológico-econômico. Em Rondônia, já há zoneamento para o arroz, o feijão, o milho, a mandioca e o café, com previsão de novas culturas nos próximos meses. O Acre também possui zoneamento agrícola para arroz, dendê e mandioca.

Crédito com segurança
O zoneamento agrícola, divulgado Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), funciona como uma ferramenta de gestão de risco associado ao Seguro da Agricultura Familiar. Para que esteja segurado, o agricultor deve observar as recomendações do zoneamento para a sua cultura e município, especialmente a data de plantio e a cultivar (semente) utilizada. Além disso, o zoneamento orienta a contratação do crédito pelos bancos, indicando quais culturas são recomendadas para o município. Funciona, ainda, como instrumento de obtenção de crédito rural do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) nas operações de custeio e é utilizado para que o produtor esteja protegido pelo SEAF.

Seguro da Agricultura Familiar
O SEAF é o seguro para agricultores familiares e cobre perdas causadas por eventos climáticos adversos como, seca, chuva excessiva, ventos fortes, ventos frios, granizo, geada e variação grave de temperatura. Além disso, podem ser cobertas perdas por pragas e doenças fúngicas que não tenham método de controle ou técnica economicamente viável.

Zukowski destaca que o agricultor deve certificar-se de que existe indicativo de plantio no município para a cultura, para o tipo de solo em que será desenvolvida a lavoura e para o ciclo de desenvolvimento da cultivar que será plantada. “Isso explica a importância do zoneamento agrícola e da assistência técnica e extensão rural”, diz.

O SEAF cobre até 100% do valor do financiamento do Pronaf, mais 65% da receita líquida esperada - limitada a R$ 2,5 mil. O direito da cobertura ocorre quando são verificadas perdas superiores a 30% da receita estimada no momento da contratação do financiamento junto ao banco.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

AGRONEGÓCIO ELEVA EM 24% O PODER DE COMPRA DO BRASILEIRO.

Entre 1994 e 2006, quase mesmo período decorrido entre os dois últimos censos agro do IBGE, o poder aquisitivo do consumidor aumentou 24% frente à alimentação (produtos agropecuários), segundo pesquisas do coordenador científico do Cepea, professor titular da Esalq/USP Geraldo Barros. Além desta contribuição direta aos brasileiros, o setor contribuiu com mais de US$ 300 bilhões (superávit da balança do setor no período) para as reservas do País, que ajudaram consideravelmente no pagamento da dívida externa. Para um período mais longo, que vai de 1975 a 2006, outros estudos de Geraldo Barros mostram que os preços agropecuários caíram em média 60%, a produtividade dobrou - favorecendo o aumento real dos salários -, mas a lucratividade média do setor diminuiu 20%.

Destaques - Apesar deste desempenho do setor, o professor destaca que, ao comparar 1995 e 2006, os dados do IBGE indicam a quase ausência do estado no cumprimento de seu papel de apoio à agropecuária, principalmente nas regiões mais carentes. Em sua análise, considera alarmantes o grau de analfabetismo entre os agricultores, a ampla falta de orientação técnica, o acesso muito baixo ao crédito rural. "Apesar de todo barulho em torno da questão da reforma agrária, ainda 85% dos trabalhadores rurais acham-se amontoados nos pequenos estabelecimentos. São, na maioria, trabalhadores da mesma família que não contam com terra suficiente que assegure condição de vida satisfatória. Certamente deveriam ser priorizados na distribuição de terra."

Alterações - Quanto às demais informações estruturais - como a distribuição da posse da terra - Geraldo Barros observa que o censo de 2006 mostra alterações muito pequenas em relação a 1995, "o que não deixa de ser interessante", destaca. O período foi de expressiva expansão do setor, tanto na produção de alimentos, como de fibras e energia. "Houve grande crescimento com queda significativa de preços para o consumidor e com avanço considerável no mercado externo, apesar do protecionismo dos países desenvolvidos, que tem prejudicado a lucratividade do setor. Tudo isso com queda de quase 7% na área dos estabelecimentos rurais, o que ajuda muito no controle do uso da terra do Cerrado e da Amazônia."

Renda - A comparação dos resultados pontuais de 2006 é desaconselhada pelo coordenador científico do Cepea, já que aquele ano não foi bom para a agropecuária. A renda foi 2% menor do que em 2005 e 12% inferior a 2004. O resultado foi impacto negativo nos gastos com insumos, que encolheram 15% em relação a 2004, e provavelmente na produtividade, comenta. Com base em dados do próprio IBGE, o professor lembra que a produção de soja relatada para 2006, por exemplo, de 40,7 milhões de toneladas foi 17,3% inferior à de 2004, de 49,2 milhões de toneladas. A produção de algodão encolheu em terço (33%) entre 2004 e 2006.

PROPOSTA SUGERE CRIAÇÃO E IMPLANTAÇÃO DA JUSTIÇA AGRÁRIA.

A criação e implantação da Justiça Agrária como remédio jurídico capaz de solucionar conflitos agrários foi defendida por unanimidade, nesta quarta-feira (30), no workshop sobre reforma agrária, durante o I Encontro do Fórum Nacional para Monitoramento e Resolução dos Conflitos Fundiários Rurais e Urbanos, que aconteceu em Campo Grande (MS). A proposta sugerida por magistrados de diversos estados teve a adesão da procuradora geral do Incra, Gilda Diniz dos Santos, durante palestra sobre a implantação da reforma agrária no Brasil.

Um dos gargalos apontados pela procuradora para a implantação de assentamentos no País é a demora do judiciário em emitir pareceres sobre os processos de desapropriação. Segundo ela, existem mais de 180 processos esperando a decisão do judiciário. “Se aprovadas, essas novas áreas poderiam beneficiar 11 mil famílias”, afirmou Gilda.

Reconhecendo a morosidade da Justiça com as causas agrárias, o ministro chefe do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, anunciou, na noite anterior (29), como meta número um, a análise dos processos pendentes até 2005.

Para o gestor da Comissão Nacional de Combate à Violência no Campo, Gersino José da Silva Filho, a implantação da Justiça Agrária deveria contemplar também a existência de defensorias agrárias, assim como polícia militar e civil agrárias, em âmbito federal e estadual.

Dados atestam evolução na reforma agrária

A procuradora do Incra apresentou um painel sobre a reforma agrária, com destaque para o período 2003 a 2009. Para Gilda, os números positivos apresentados em sua palestra, como a inclusão de mais de 500 mil novas famílias assentadas, 144 mil casas construídas e a elevação do investimento anual de R$ 1,5 bilhões para R$ 4,6 bilhões no período, são prova da preocupação do Governo Federal com a política de reforma agrária.

Segundo ela, a reforma agrária precisa evoluir ainda mais para alcançar o estágio demandado pelas famílias assentadas ou à espera de uma oportunidade para morar e produzir no campo.

As sugestões colhidas no workshop serão levadas ao Conselho Nacional de Justiça, ao Incra, ao Ministério do Desenvolvimento Agrário e ao Ministério do Planejamento, para que cada um, na sua área de atuação, possa promover as melhorias necessárias à redução dos conflitos agrários urbanos e rurais.

Desenvolvimento com maior participação social

A servidora da superintendência regional do Incra/MS, Ivanilda Mayor, defendeu a reforma agrária como política de inclusão social que dá certo. Ivanilda afirma que a qualidade dos assentamentos poderia melhorar se fosse ampliada a participação de profissionais da área social como assistentes sociais, pedagogos, psicólogos e cientistas sociais.

O representante quilombola, advogado José Roberto Camargo de Souza (Zezão), alertou para a existência de demandas agrárias no Mato Grosso do Sul. “Ontem mesmo houve tiros na comunidade quilombola Furnas do Dionísio”. Zezão sugeriu alterar o Decreto nº 433 para facilitar a aquisição terras para os quilombolas.

Já o ativista social Lázaro Bonifácio da Silva, caminhou a pé doze quilômetros para assistir o evento. Ele ressaltou a importância de criar mecanismos para que os segmentos sociais quilombola, indígena e assentados ampliem sua participação na busca por soluções que amenizem os conflitos no campo.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

BIOQUEROSENE DE ÓLEOS VEGETAIS

Um processo inovador para a produção de bioquerosene a partir de vários tipos de óleos vegetais, que poderá tornar o combustível usado em aviões menos poluente e mais barato, foi desenvolvido na Faculdade de Engenharia Química (FEQ) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

A patente da tecnologia já foi depositada pela Agência de Inovação da universidade (Inova Unicamp). Após sua extração e refino, o óleo é colocado em um reator junto com uma quantidade específica de etanol e um catalisador, responsável por acelerar as reações químicas.

“A maior contribuição do processo de obtenção do bioquerosene são os altos índices de pureza do produto final. Outra é a possibilidade de utilização de praticamente qualquer tipo de óleo vegetal como matéria-prima”, disse Rubens Maciel Filho, professor do Departamento de Processos Químicos da FEQ e coordenador do estudo, à Agência FAPESP.

“O processo pode ser dividido em duas etapas principais. Na primeira ocorrem as reações químicas por meio de um catalisador e, na segunda, as relações óleo-etanol são otimizadas considerando variáveis como temperatura e tempo visando a atingir a melhor conversão dos óleos em bioquerosene purificado”, explicou.

No interior do reator ocorre a reação de transesterificação (do álcool com o óleo vegetal) que leva à formação do bioquerosene, menos poluente que os combustíveis de origem fóssil por não emitir enxofre, compostos nitrogenados, hidrocarbonetos ou materiais particulados.

“Além de ser feito a partir de óleos vegetais, outra vantagem ambiental desse combustível renovável é que, ao emitir dióxido de carbono no ar em altitudes elevadas, ele contribui para o crescimento das plantas no solo, que absorvem o dióxido de carbono e conseguem manter seu balanço energético”, explicou Maciel Filho, um dos coordenadores do Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia (BIOEN).

Em uma segunda etapa de produção, os pesquisadores separam todos os produtos da reação: o bioquerosene, o catalisador, a água e a glicerina. O isolamento ocorre em uma unidade de separação em condições de temperatura e pressão que tornam o biocombustível economicamente viável. Um dos segredos do processo está na dosagem precisa das proporções de óleo vegetal, álcool, catalisador e temperatura adequada.

“Conseguimos um grau de pureza que chega a 99,9%. Não há registros de produtos semelhantes no mercado brasileiro ou internacional. E é exatamente esse alto nível de pureza que permite a utilização do biocombustível em altas altitudes”, disse Maciel Filho, que também coordena o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Biofabricação (Biofabris), um dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs) que, no Estado de São Paulo, são apoiados pela FAPESP por meio da modalidade Auxílio à Pesquisa – Projeto Temático.

Transferência de tecnologia

Segundo Maciel Filho, o procedimento tecnológico gera como subprodutos a glicerina, água e o que sobra do etanol não consumido nas reações, sendo que, após a separação desses compostos indesejados, o óleo fica mais fino e com menor viscosidade.

“Essa etapa de separação dos compósitos é uma das grandes inovações do processo. Pelos cálculos preliminares, o custo final do bioquerosene será cerca de 30% mais barato que o querosene oriundo de fontes fósseis, devido, por exemplo, aos baixos custos de energia utilizada em seu processo de produção”, apontou.

Depois da criação e aperfeiçoamento da tecnologia, o bioquerosene foi enquadrado dentro dos requisitos para combustível de aviação estabelecidos pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). “A tecnologia já está em processo de transferência para as empresas interessadas”, disse.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

REFERÊNCIA EM MEDICINA EQUINA, O BRASIL RECEBE CONGRESSO MUNDIAL DE VETERINÁRIA.

Com mais de mil inscritos, 30% dos quais vindos de países dos 5 continentes - o Congresso reúne os 25 “tops” mundiais entre os 40 palestrantes com destaque para Wayne McIlwraith e Nathaniel White, autores de livros que são base da moderna medicina veterinária equina.

As palestras e seminários terão tradução simultânea, e os assuntos abrangendo todas as áreas da medicina equina, com destaque para cavalos atletas. O Congresso também traz para o debate práticas e programas para cuidados de equideos abandonados.

O Brasil e a Equinocultura

Detentor do 3º maior plantel mundial de equinos com 5,9 milhões de animais, o Brasil fica atrás, apenas, da China (7,9 milhões) e México (6,2 milhões), segundo dados da Comissão Nacional da Agricultura. A pesquisa da CNA registra, ainda, que o agronegócio ligado ao cavalo movimenta anualmente R$ 7,3 bilhões e emprega em torno de 3,2 milhões de pessoas direta e indiretamente.

E é este “Brasil equestre” com sua importância social e econômica que os organizadores do “11º Congresso da World Equine Veterinary Association - WEVA 2009” também querem mostrar para os visitantes estrangeiros.

De avanços científicos à cultura brasileira

Entre as atrações do Congresso destaque para a “Exposição Científica” com 325 trabalhos selecionados de países de cinco continentes e que promete mostrar a pluralidade das pesquisas de ponta em prol do contínuo desenvolvimento na medicina equina.

Na quinta-feira, 24, assim que o Congresso for aberto oficialmente por Gary Norwood, presidente da World Equine Veterinary Association (WEVA), às 14h00, uma série de atrações estão programadas, incluindo a “Sala de Exposição”, em que cerca de 40 empresas do setor vão mostrar e lançar produtos. Nesta área, os organizadores criaram o “Espaço Brasileiro” em que produtos como a cachaça, cerâmica e artesanato típico do País prometem encantar os estrangeiros.

A partir das 19h30, no Restaurante Thai, do Casa Grande Hotel, durante coquetel oferecido pelos criadores de cavalo Lusitano Victor Oliva, Paulo Salles e Manuel Tavares de Almeida Filho acontecem diferentes atrações como o capoeira e percussão com ritmos brasileiros.

No sábado, 26, um dos momentos mais esperados do Congresso é a demonstração de ultrassonografia com aparelho de última geração pelo veterinário francês Jean Marie Denoix que vai ter um cavalo Lusitano à disposição. À noite, na festa de encerramento, quem faz o show é a “Rosas de Ouro”, uma das mais premiadas escolas de samba de São Paulo.

Fique por dentro da programação, temas e palestrantes acessando o site oficial: www.weva2009.com.br

O “11º Congresso da World Equine Veterinary Association - WEVA 2009” tem organização da Associação Brasileira de Médicos Veterinários de Equídeos (ABRAVEQ), Confederação Brasileira de Hipismo (CBH) e World Equine Veterinary Association (WEVA), sob coordenação geral da Wolff Sports e Marketing.

CNTBIO APROVA TRÊS NOVAS VARIEDADES DE MILHO GENETICAMENTE MODIFICADO.

A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) aprovou hoje (17) a comercialização de três novas variedades de milho transgênico no País. Dos três milhos aprovados, um é resistente a insetos, outro é resistente a insetos e tolerante a glifosato e um último resistente a insetos e tolerante aos herbicidas glifosato e glufosinato.

Com essas novas liberações comerciais, o Brasil tem aprovadas nove variedades de milho GM, sendo quatro delas resistentes a insetos, três tolerantes a herbicida e outras duas variedades que apresentam as duas características.

Atualmente, variedades de milho GM são cultivadas em 19 países dos cinco continentes. A informação é do Serviço Internacional para a Aquisição de Aplicações em Agrobiotecnologia (ISAAA).

As informações são da assessoria de imprensa do Conselho de Informações Sobre Biotecnologia (CIB).

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

PESQUISA BUSCA PRODUÇÃO DE PATÊS E CONSERVAS DE TILÁPIAS.

Na Semana do Peixe (1 a 15 de setembro), a Embrapa Agroindústria de Alimentos e a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro aproveitam para anunciar que, em breve, o consumidor poderá ter novas opções para consumo de tilápias. Os pesquisadores estão ajustando variáveis para oferecer tilápias na forma de patês e conservas. Se constatada a viabilidade técnica e econômica, piscicultores, agroindústrias e comércio terão a disposição alimentos derivados mais acessíveis e nutritivos, pois a tilápia é fonte de proteínas, minerais, principalmente cálcio e fósforo, vitaminas A, D e complexo B.

Os pesquisadores querem saber até que ponto o tratamento térmico pode ser ajustado para garantir a qualidade sensorial e nutricional dos produtos à base de carne de tilápia. O processo térmico é necessário para combater a ação de microorganismos e aumentar a vida de prateleira da conserva, mas isso afeta as concentrações de ácidos graxos e proteínas.

No caso do patê, a pesquisa explora a composição de fórmulas que garantam sabor, cor, textura e aroma de acordo com as expectativas do consumidor. O produto aproveita as partes descartadas na linha de filetagem da tilápia. Cerca de 90% dessa carne pode ser processada, condimentada e comercializada como patês. “Em testes sensoriais os produtos formulados tiveram boa aceitação”, explicou a pesquisadora Angela Aparecida Lemos Furtado, da Embrapa Agroindústria de Alimentos.

Esse projeto conta com a parceria da Cooperativa de Ranicultores de Cachoeira de Macacu (Coopercramma), da região serrana do Rio, que fornece os peixes para as pesquisas. A tilápia representa a segunda espécie de maior importância na piscicultura mundial, sendo superada apenas, em volume de produção, pelas carpas. É considerada de grande importância na aqüicultura mundial, indicada para o cultivo intensivo, cuja produção está estimada em 1.500.000 toneladas para 2010. O Brasil é o sétimo maior produtor mundial.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

LULA VETARÁ 50% DO PLANTIO DE CANA NO BRASIL.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai vetar a expansão das áreas de plantio de cana de açúcar, que corresponde a 4,6 milhões de km², a medida faz parte do selo verde que quer dar um caráter ecológico a produção de álcool, combustível no País. Durante um discurso na Europa, em julho de 2007, Lula disse que a produção do combustível brasileiro não aumentaria o desmatamento e não prejudicaria a produção de alimentos. No entanto, nenhuma medida tinha sido tomada até então.

Somente as nove usinas de cana já existentes na Amazônia e no entorno do Pantanal poderão continuar em operação. O projeto estimula que outros empreendimentos e novas plantações de cana devem ocorrem em áreas de pastagem degradada.

O governo e os produtores esperam que a área de 7 milhões de hectares possa ser duplicada até 2017. O projeto de regras para o zoneamento de áreas de cultivo ainda pode sofrer alterações no Congresso.

O anuncio do zoneamento deve ser feito no próximo dia 17. Integrantes do governo reconhecem que a iniciativa de Lula faz parte da uma resposta do presidente à possível candidatura de Maria Silva à presidência do País pelo Partido Verde em 2010.

ESTUDO COM MÉTODOS DE HIDRATAÇÃO EM COUVE É APRESENTADO EM CONGRESSO NO CEARÁ.

O fisiologista vegetal Adonai Gimenes Calbo apresenta durante o XII Congresso Brasileiro de Fisiologia Vegetal, em Fortaleza/CE, de 7 a 12 de setembro, estudo realizado com três métodos comparativos para medir o índice de hidratação em folhas de couve.
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As primeiras avaliações do pesquisador da Embrapa Instrumentação Agropecuária, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, apontaram como melhor método o índice para medir a pressão de turgescência pelo Wiltmeter, equipamento desenvolvido por ele e já em face de transferência para empresas interessadas em fabricar e comercializar a tecnologia. De acordo com o pesquisador, os outros métodos avaliados, o teor relativo de água e o volume hidratado relativo são mais demorados e ainda há a necessidade de tratamento prévio da folha. Pelo método tradicional, teor relativo de água, a avaliação pode levar até 48 horas. “Com o Wiltmeter, a avaliação pode ser realizada em dois ou três minutos”, explica.

Índices de hidratação são variáveis de natureza prática que podem auxiliar na quantificação de estresses hídricos sofridos pelas plantas. Apesar de simples, conceitualmente, o pesquisador explica que o estabelecimento e a medição destes índices têm sido tarefas, frequentemente, limitante em aplicações agronômicas.

A Embrapa Instrumentação Agropecuária vem trabalhando na melhoria do processo de pós-colheita e tem desenvolvido pesquisas na mensuração de danos físicos e qualidade na cadeia produtiva. Para isso, desenvolveu o Wiltmeter para medição da turgescência de folhosas, ou seja, para medir a firmeza, a murcha das folhas. A turgescência das folhas é fator primordial de qualidade relacionado ao conteúdo de água e prejudicado pela perda dela.

O Wiltmeter é um instrumento para fazer medidas objetivas após a colheita no campo e durante o armazenamento, é simples, portátil e de fácil uso. Estudos indicaram que o instrumento é adequado para avaliação objetiva e rápida da qualidade de folhosas, o que é um progresso em relação aos métodos táteis subjetivos atualmente utilizados em todo o mundo. De acordo com Calbo, o equipamento gera resultados tão próximos aos obtidos com a sonda de pressão que o qualifica como um instrumento sucedâneo e mais prático que pode ser utilizado em estudos de pós-colheita e de ecofisiologia vegetal nos quais a aplicação direta da sonda de pressão seria impossível ou ao menos demasiadamente trabalhosa.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

EVITE A TRISTEZA PARASITÁRIA COMBATENDO O CARRAPATO.

O controle integrado do carrapato é a melhor forma de combater a tristeza parasitária porque os rebanhos não podem ficar totalmente livres desses parasitos, uma vez que eles funcionam como uma espécie de vacina natural, ajudando o animal a desenvolver resistência contra a doença. Em número reduzido, o carrapato ajuda na manutenção da circulação dos agentes causais da tristeza parasitária nos rebanhos em níveis tão baixos que os animais não chegam a adoecer, uma vez que estarão com seu sistema imunológico ativo contra a doença.

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O gado leiteiro costuma ser mais acometido pela tristeza parasitária do que o gado de corte. “A gente sabe que os bovinos de leite têm uma infestação por carrapatos muito maior do que os bovinos de corte”, explica a pesquisadora da Embrapa Rondônia, Luciana Gatto Brito. “Eles são muito mais susceptíveis à ocorrência da doença, principalmente os animais mais jovens porque ainda estão descobertos pela proteção do sistema imunológico”.

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Os produtores devem ficar atentos aos sintomas da tristeza parasitária e, em caso de suspeita de sua ocorrência, procurar um especialista para que seja dado o tratamento adequado, evitando maiores danos ao rebanho e prejuízos à sua produção.

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Geralmente a doença surge em forma de surtos, prejudicando todo o rebanho e não um único animal. Pesquisas da Embrapa indicam que a melhor forma de prevenir a tristeza parasitária bovina é realizar o controle integrado do carrapato, onde se utilizam várias estratégias de controle que possibilitam manter os rebanhos com baixos níveis de infestação durante todo o ano, sendo o controle estratégico, uma das mais importantes práticas que deve ser adota nos rebanhos.

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O controle integrado do carrapato dos bovinos ou controle estratégico deve ser realizado no período que antecede o início das chuvas,no meio deste período, e em seu final. “Utilizando uma série de estratégias, como o controle estratégico, rotação de pastagens e utilização de animais “aspiradores” de larvas nas pastagens, assim como a utilização de carrapaticidas de alta eficiência para o controle das populações de carrapatos nas propriedades consegue-se um bom controle desse ectoparasita nos rebanhos, evitando que haja uma grande concentração de carrapatos nos animais e nas pastagens, permitindo que se faça também um bom controle da tristeza parasitária”, conforme explica Luciana Gatto Brito, pesquisadora da Embrapa Rondônia.

terça-feira, 28 de julho de 2009

AGRICULTURA FAMILIAR RECEBERÁ ATÉ 128% A MAIS DO GOVERNO NA SAFRA 2009/2010, DIZ CONAB.

Os agricultores familiares que vendem sua produção à Conab por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) receberão o limite de até 128% a mais na safra 2009/10, quando comparado ao ciclo passado. É que o limite anual de algumas modalidades de venda será de até R$ 8.000. O teto antigo era de R$ 3.500. Os reajustes passam a valer a partir desse mês e fazem parte do Plano Safra da Agricultura Familiar, anunciado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).
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Para participar do PAA, o agricultor familiar pode apresentar projetos nas modalidades Compra Direta, Formação de Estoques, Compra com Doação Simultânea e PAA Leite ( exclusivo para a região Nordeste e norte de Minas Gerais). Os limites para esses tipos de comercialização passam a ser, respectivamente, de R$ 8.000, R$ 8.000 e R$ 4.500 e R$ 4.000. Os valores são anuais, com exceção do PAA leite, que é semestral.
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PAA
Operacionalizado pela Conab com recursos do MDA e do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), o PAA foi criado há seis anos para incentivar a produção agrícola de origem familiar. O programa ajuda o camponês a ampliar sua renda e lhe dá condições para que permaneça trabalhando na zona rural. As negociações dispensam licitações, o que desburocratiza as operações e diminui a ação de intermediários.
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De 2003 até o final do ano passado, o programa repassou mais de R$ 1 bilhão aos agricultores, onde os recursos foram distribuídos na seguinte proporção: região Sul com 37%, Nordeste 30%, Sudeste 18%, Norte 10% e Centro-Oeste 5%.

MAPA LANÇA LIVRO DE PRODUÇÃO INTEGRADA COM 23 CULTURAS.

Conscientizar a população sobre a importância da adoção de políticas para a segurança dos alimentos com sustentabilidade é o objetivo do livro Produção Integrada no Brasil: Agropecuária Sustentável, Alimentos Seguros, que será lançado, nesta terça-feira (28/07), às 10 horas, em Brasília, durante as comemorações dos 149 anos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Ao todo, são 23 culturas contempladas em mais de mil páginas da publicação. São elas: abacaxi, ameixa, amendoim, arroz, banana, batata, café caju, citros, flores, leite, maçã, mamão, manga, mangaba, maracujá mel, melão, ovinos, pêssego, soja, tomate de indústria e de mesa, uvas finas de mesa e uva para vinho.
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Petrolina - Na fazenda Alpha Vale, em Petrolina/PE, o produtor Euder de Almeida Ribeiro trabalha com produção integrada de manga e uva, em 24 hectares. "E até o fim do ano, vamos ter certificado mais 25 hectares de caju. Para 2010, a expectativa é incluir a laranja dentro no sistema", enfatizou. De acordo com Ribeiro, por meio da produção integrada, foi possível aumentar a produtividade em 20% e reduzir o uso de agroquímicos e fertilizantes em 30%. "Utilizamos esses instrumentos apenas quando o nível de incidência de pragas e doenças pode causar danos econômicos à colheita, quando a contagem de predadores é alta ou nos casos em que chuva ou orvalho podem contribuir para a ocorrência de fungos", explicou.
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Grãos - Nas culturas de grãos, como arroz, soja, café e cereais de inverno, é possível racionalizar o uso de agroquímicos em torno de 40%. Os parâmetros sobre quando o produtor deve usá-los são estabelecidos por meio da adoção de tecnologia preconizada pela pesquisa agropecuária.
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Leite - A produção integrada não está presente apenas nas frutas. O fazendeiro Hans Jan Groenwold tem uma propriedade de produção de leite em 240 hectares no município de Castro/PR e adota tecnologias como a de bem-estar animal. Ele aderiu ao programa, há um ano e meio, pela necessidade de adequação às normas internacionais. "O Brasil tem se tornado autossuficiente nessa área, o que antes não ocorria, já que tínhamos que importar leite de outros países. Hoje, produzimos 16 mil litros de leite por dia na fazenda e esperamos poder exportar nos próximos cinco anos", enfatizou.
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Sistema Agropecuário de Produção Integrada - Na América do Sul, a Argentina foi o primeiro país a adotar o sistema de Produção Integrada de Frutas (PIF), em 1997, seguida do Uruguai e Chile. Entre 1998 e 1999, surgiram atividades semelhantes no Brasil. Hoje, existem 32 projetos em andamento nas áreas de fruticultura, horticultura, floricultura, plantas medicinais, grãos, pecuária, raízes, difusão de informações e transferência de tecnologias, que abragem 42 culturas, em 18 unidades da federação.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

ÓLEO DE FRITURA PODE VIRAR COMBUSTÍVEL

A produção de biodiesel a partir de óleos usados em frituras é perfeitamente viável e muito benéfica para o meio ambiente. A afirmação é do professor de Engenharia da Produção da Universidade Nove de Julho (UNINOVE), José Carlos Curvelo Santana.

De acordo com o especialista, em média, as famílias brasileiras consomem entre 1 e 3 litros de óleo por mês, que, se fosse reaproveitado, poderia gerar entre 11 e 33 milhões de litros de biodiesel. Levando-se em conta o preço médio do litro do combustível, R$ 2,25, o retorno financeiro mensal da produção pode ultrapassar R$ 70 milhões.

O óleo de fritura usado e descartado nos ralos danifica o encanamento e é prejudicial ao meio ambiente mas, reaproveitado, se transforma em biodiesel. “Um combustível que não poluí tanto quanto os outros que temos no mercado. É livre de enxofre, não é tóxico, é biodegradável e reduz o aquecimento global”, enumera o professor.

A produção do biodiesel ainda é mais cara do que a de óleo comum, entretanto, durante sua produção também se obtém a glicerina - um subproduto de alto valor agregado – que é muito utilizada na indústria de produtos fármacos e explosivos.

O reaproveitamento do óleo de cozinha e sua transformação em biodiesel, segundo o professor, passa pela conscientização dos órgãos públicos e da população e pela implantação de um sistema de coleta eficiente e traz ganhos incalculáveis para o meio ambiente.

O biodiesel poderia ser utilizado nas frotas de ônibus, caminhões e máquinas da prefeitura. “Como retorno à sociedade, além de um ambiente melhor, a Prefeitura poderia reduzir os impostos, reduzir o preço da passagem dos coletivos ou investir o capital adquirido com a produção do biodiesel e da glicerina no melhoramento da educação, saneamento e saúde pública”, contabiliza o professor.

O que é biodiesel - O biodiesel é um combustível biodegradável, derivado de fontes renováveis, que pode ser obtido por diferentes processos, como o craqueamento, a esterificação ou pela transesterificação. Pode ser produzido a partir de gorduras animais ou de óleos vegetais. Ele substitui total ou parcialmente o óleo diesel de petróleo em motores ciclodiesel automotivos (de caminhões, tratores, camionetas, automóveis, etc) ou estacionários (geradores de eletricidade, calor, etc). Pode ser usado puro ou misturado ao diesel em diversas proporções e tem como grande vantagem o fato de não emitir tantos poluentes como os outros combustíveis que existem no mercado.

Informações: Casa da Notícia Comunicação - (11) 5536-9086 ou 2503-7611

MAPA PUBLICA NORMAS PARA LABORATÓRIOS DE ANÁLISES DE RESÍDUOS E CONTAMINANTES.

Requisitos e critérios específicos para funcionamento dos Laboratórios de Análises de Resíduos e Contaminantes em Alimentos foram publicados, nessa quarta-feira (22.07), no Diário Oficial da União, por meio da Instrução Normativa nº 24.

Esses locais de análises fazem parte da Rede Nacional de Laboratórios Agropecuários e atendem às demandas do Plano Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes (PNCRC), das áreas animal e vegetal, e das demais análises de rotina, solicitadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), provenientes da fiscalização ou inspeção do controle de resíduos e contaminantes.

A partir de ontem, os Laboratórios de Análises de Resíduos e Contaminantes em Alimentos integrantes da rede têm 24 meses para se adequar às exigências e procedimentos do guia, que padroniza os procedimentos de validação de métodos analíticos e os controles de qualidade interna das análises. Além disso, a IN determina o prazo de dois meses para que os laboratórios finalizem a adoção do Manual de Procedimentos do PNCRC, documento com finalidade de orientação aos laboratórios, encaminhado em fevereiro de 2008.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

PROGRAMA MAIS ALIMENTOS VAI SE TORNAR POLÍTICA PERMANENTE.

O governo vai tornar permanente o Programa Mais Alimentos, direcionado à agricultura familiar. O anúncio foi feito nesta quarta, dia 15, em Brasília pelo ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel. Depois de prorrogar por mais um ano o programa que financia a compra de tratores populares, a juros baixos, será transformado em política permanente.

A medida era reivindicada pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf), que veio à Brasília para cobrar do governo federal o cumprimento de uma pauta de reivindicações do setor. Entre os pedidos estão a destinação de R$ 500 milhões para a construção de 50 mil casas no campo e o aperfeiçoamento do seguro rural.

No Plano Safra, que será divulgado na próxima semana, o governo vai anunciar novas medidas para os pequenos agricultores. Entre elas, mudanças no serviço de assistência técnica e extensão rural e a criação de um selo para a agricultura familiar.

GOVERNO APROVA ISENÇÃO DO PIS/COFINS PARA FRIGORÍFICOS.

O governo já aprovou a isenção de PIS/Cofins para frigoríficos que atuam no mercado interno. Foi o que informou a Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne Bovina (Abiec). Apesar da confirmação, o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, disse que o governo ainda estuda incentivos fiscais para o setor.
Frigoríficos que exportam já são isentos de PIS/Cofins, por isso não seriam atingidos pela medida. No mercado interno, o incentivo é considerado pelo setor uma forma de combater a concorrência de empresas que realizam abate de forma ilegal. Para a Abiec, o fim dessa prática significa levar ao consumidor uma carne de melhor qualidade, além de mais barata.

Estimativas do setor indicam que cerca de 30% do abate nacional é irregular. O número representa cerca de 15 milhões de cabeças que saem de frigoríficos sem fiscalização.

Para Edvar Queiroz, presidente do Sindicado da Indústria da carne em São Paulo (Sindifrio), pagando menos imposto, mais empresas entrariam na formalidade e seriam fiscalizadas.

NOVO DIRETOR-PRESIDENTE DA EMBRAPA TOMA POSSE.

Tomou posse nesta quarta, dia 15, em Brasília, o novo diretor-presidente da Embrapa, Pedro Arraes. Na cerimônia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu que não vão faltar recursos para os investimentos em pesquisa.

O presidente da República prometeu que não vai faltar dinheiro para os projetos importantes da Embrapa. Ele cobrou de Arraes atenção especial as ações internacionais, que mantenham o Brasil como referência mundial em agricultura tropical. Para o novo presidente da empresa, o desafio é continuar produzindo e exportando tecnologia sem se descuidar das necessidades dos agricultores brasileiros.

O uso de critérios técnicos na escolha do pesquisador Pedro Arraes para a presidência da Embrapa foi o principal ponto destacado pelo ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, que elogiou a careira do agrônomo geneticista, que tem mais de 50 trabalhos científicos publicados.

Pedro Arraes quer intensificar o trabalho com instituições de pesquisa e assistência técnica estaduais e fortalecer parcerias com empresas privadas.

Uma das primeiras medidas do novo diretor-presidente deve ser formar um grupo de trabalho para definir seis prioridades. Entre elas, devem estar questões consideradas importantes para a antiga gestão, como o desenvolvimento de novas variedades de transgênicos.

terça-feira, 14 de julho de 2009

ASSISTÊNCIA TÉCNICA GRATUITA AGORA É LEI.

Sancionada em 24 de dezembro de 2008, está em vigor desde o último dia 24 de junho, a Lei 11.888/08 que garante assistência técnica gratuita, prestada por engenheiros e arquitetos, a quem mora no campo ou na cidade e quer construir, reformar e ampliar, ou mesmo fazer a regularização fundiária de casas com até 60 m2, localizadas em áreas de interesse social.

Considerada ferramenta importante para diminuir o déficit habitacional brasileiro, cerca de 6,2 milhões de moradias, a nova Lei é reconhecida e considerada positiva por entidades voltadas à questão habitacional para famílias de baixa renda.

Evaniza Rodrigues, da União Nacional da Moradia Popular, entidade integrante do movimento que acompanhou a elaboração do projeto de lei e sua transformação na 11.888, lembra que sua aplicação independe da criação de legislação estadual ou municipal e informa que as construções populares em andamento se beneficiam mais do Crédito Solidário, que acompanha o programa Minha Casa, Minha Vida e é mais conhecido.

É o caso dos moradores do conjunto habitacional Colinas do Oeste, na zona Oeste da capital paulista. Com custo unitário de R$ 46 mil, o prédio tem sete andares e apartamentos de 54 m2. Para Evaniza, é preciso acabar com a ideia de que conjuntos habitacionais são um amontoado de casas ou apartamentos.

Ela critica a repetição de padrões de construção para as casas populares, uma característica dos programas governamentais. “Geralmente gasta-se mais dinheiro nos serviços de terraplanagem, por exemplo, do que com a casa. Até parece que a moradia popular não precisa de qualidade. Ao contrário, quanto melhor o material utilizado menos se gasta com a manutenção”, afirma ela, enfatizando que o conjunto habitacional Colinas será entregue com a instalação dos serviços de eletricidade, água, luz, saneamento básico e gás.

Evaniza lembra que prefeituras como a de Curitiba, Salvador e Belo Horizonte têm iniciativas pontuais de prestação de assistência técnica para construção de casas populares.

No DF oportunidade para aplicar
Carlos Roberto de Oliveira da Coalizão pela Moradia Popular no Distrito Federal, onde o déficit habitacional é de 100 mil residências, admite que a Lei 11.888/08 é conhecida pelos movimentos, associações e cooperativas voltadas para a questão da habitação “mas desconhecida não só pela população, mas pela maioria das prefeituras que, segundo a Lei, devem indicar as áreas de habitação de interesse social e prestar a assistência técnica por meio de engenheiros e arquitetos de seus quadros”.

Também habilitados a atender a demanda gerada pela 11.888, os programas de residência acadêmica ou de extensão universitária por meio de escritórios-modelo, não registram interessados em se beneficiar da legislação, mas Oliveira acredita que isso é uma questão de tempo: “Essa ferramenta será de grande valia, mas depende da organização dos movimentos sociais para sua divulgação”, admite.

Ele informa que dentro de 60 dias começa a construção de moradias em Riacho Fundo II, uma área no DF destinada a abrigar seis mil casas e apartamentos de até 50m2: “Será uma boa oportunidade para aplicarmos a Lei 11.888/08 já que, desde a regularização do terreno, as licenças ambientais e o plano urbanístico, tudo está sob a responsabilidade de associações e cooperativas e será entregue à uma população estimada em 24 mil pessoas”.

Função social
Preocupado em difundir os benefícios da Lei e preparar as prefeituras de todo o país para a demanda que a Lei 11.888/08 deve gerar, o Ministério das Cidades, por intermédio da Secretaria Nacional de Habitação, realiza nos dias 18 e 19 de agosto, em São Paulo, o 2º Seminário Nacional de Assistência Técnica. A ideia é discutir os desafios para a implementação da 11.888/08, financiamento e seleção de beneficiados – que têm que se inscrever junto à prefeitura de sua cidade –, e a responsabilidade técnica na prestação dos serviços. O evento será gratuito e dirigido a profissionais, entidades de classe, órgãos governamentais, movimentos sociais e o público em geral.

Marcos Túlio de Melo, presidente do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia, lembra “da função social” da Lei 11.888 que, para ele, “terá reflexos positivos em diversos setores, a começar pelo habitacional, coibindo a construção de casas em áreas de risco e ordenando a ocupação do solo”. Ele chama atenção para a economia que a assistência técnica pode representar no custo final da obra, evitando desperdícios e grande quantidade de entulho. “Além disso, os projetos consideram a localização do terreno, o aproveitamento da luz do dia e a ventilação, itens que reduzem os custos de manutenção”.

O presidente do Confea acredita que a nova legislação abrirá oportunidades no mercado de trabalho para engenheiros de diversas modalidades, arquitetos e urbanistas.

11.888: quem presta os serviços, quem se beneficia, recursos
A assistência técnica será prestada por profissionais ligados a prefeituras, que atuam em organizações sem fins lucrativos e o profissional liberal. Integrantes de programas de residência acadêmica em arquitetura, urbanismo e engenharia, assim como de extensão universitária, por meio de escritórios-modelo, também podem prestar a assistência.

A Lei alcança quem ganha até três salários mínimos, cerca de R$ 1.400, mora na cidade ou em áreas rurais e quer reformar, além de construir, ampliar, ou mesmo regularizar a moradia, desde que localizada em área de interesse social.

Os recursos são provenientes do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social (FNHIS). O agente operador é a Caixa Econômica Federal e é permitida a participação do capital privado.

E-Confea.

OVO: ALIMENTO FUNCIONAL, PERFEITO À SAÚDE.

Além de ser importante reserva de proteinas, lipídeos, vitaminas e minerais, o ovo de uma galinha contém substâncias promotoras da saúde e preventivas de doenças, o que o torna um alimento funcional. Por exercer papel essencial no desenvolvimento embrionário de uma ave, o ovo tem função de proteção e de nutrição do embrião que viria a se formar no seu interior, caso esse ovo estivesse fertilizado.

Muitas atividades biológicas tem sido associadas aos componentes dos ovos, incluindo sua atividade antibacteriana, antiviral e modulação do sistema imunitário evidenciando o elo dieta-saúde e ressaltando assim, a importância do consumo de ovos na prevenção e tratamento de doenças.

Componentes do ovo

Um ovo consiste em aproximadamente 63% de albúmen, 27,5% de gema e 9,5% de casca. Os principais componentes são: água (75%), proteínas 12%), lipídeos (12%), além dos carboidratos, minerais e vitaminas. Um ovo grande contém aproximadamente 74 kilocalorias, 6 g de proteínas, 4,5 g de gorduras totais e 212 mg de colesterol. Legenda:
1. Casca
2.e 3. Membranas da casca
4. e 13. Chalazas
5. e 6. Albúmen
7. 8. 10. 11. Gema
9. Blastocisto/Disco germinal
12. Membrana vitelínica
14. Câmara de ar


15. Cutícula

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No albúmen se concentram mais da metade do conteúdo protéico do ovo. As proteinas do albúmen, particularmente as ovoalbuminas (A1, A2), ovoglobulinas (G1, G2 e G3), ovomucóide e conoalbumina possuem propriedades funcionais físico-químicas como a gelatinização, formação de espuma, aeração, coagulação, entre outras, altamente exploradas em processos tecnológicos pelas indústrias de alimentos. . A gema consiste em 28 % do peso líquido do ovo e concentra praticamente todo o conteúdo em gordura. Uma gema desidratada contém aproximadamente 60% de lipídeos (65% em triglicerídeos, 28-31% em fosfolipídeos e 5% de colesterol). A gema contém também todo o conteúdo em vitamina A, D e E encontrado no ovo. Algumas vezes, ovos com duas gemas são produzidos, fenômeno que ocorre nas aves em início ou final de postura sendo que, fatores genéticos também causam a oviposição de ovos com duas gemas.
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A casca é uma estrutura única, resultado de um processo de evolução extraordinário, cujas funções primárias incluem a proteção do conteúdo interno do ovo contra injúrias mecânicas e invasão de microorganismos, o controle da troca de gases e evaporação de água através dos poros da casca e o fornecimento de cálcio para o desenvolvimento embrionário. A casca contabiliza entre 9-12% do peso total do ovo, dependendo do tamanho do mesmo. O cálcio presente na casca dos ovos (39%), na forma de CaCO3 (carbonato de cálcio) pode ser uma fonte atrativa para nutrição humana e adicionalmente, há a presença de proteinas como o colágeno (tipo I, V e X) nas membranas da casca, além de proteoglicanas e glicoproteinas.

A produção de um ovo envolve a conversão do alimento consumido pela galinha, em seus componentes através da absorção dos nutrientes metabolizados, num intrincado e perfeito mecanismo fisiológico.

Valor nutricional

As proteinas estão distribuídas em todos os componentes do ovo, sendo sua maioria encontrada no albúmen e pequena proporção encontrada na casca e gema. Entre as proteinas do albúmen, a ovoalbumina é a principal, seguida pela ovotransferrina e ovomucóide; demais proteinas são encontradas em menor concentração e incluem a ovomucina, lisozima, avidina, ovostatina entre outras.
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As gemas dos ovos são fontes altamente biodisponíveis dos carotenóides, luteína e zeaxantina, ambos envolvidos no funcionamento adequado da região da mácula ocular e na redução do risco de degeneração macular, principalmente em idosos. A colina é um outro nutriente naturalmente encontrado nos ovos e que tem sido identificado como essencial para gestantes, à memória e no desenvolvimento cerebral de recém-nascidos. A colina é encontrada na forma de fosfatidilcolina e esfingomielina, os dois tipos de fosfolipídeos encontrados na gema. Mais recentemente, pesquisas tem sido focadas nos componentes específicos de outros fosfolipídeos da gema, incluindo o ácido araquidônico, acido docohexaenóico (DHA), além da colina, cujos produtos metabólicos têm uma função protetora da integridade e modulação de receptores de membrana e na ativação de células imunitárias.
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Embora o albúmen se constitua na segunda linha de defesa contra a invasão de microorganismos, certos componentes da gema também demonstram atividade antimicrobiana, e um exemplo é a imunoglobulina (Ig)Y.
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Os ovos naturalmente, são excelente fonte de vitaminas e particularmente das vitaminas A, D, E, K, B1(tiamina), B2 (riboflavina), B12 e ácido fólico. Por serem lipossolúveis, as vitaminas A, D, E, K são depositadas na gema. Já as vitaminas B1 e B12, hidrossolúveis são encontradas no albúmen. A riboflavina e ácido fólico são igualmente distribuídos na gema e albúmen. A gema do ovo é também rica fonte de fósforo (P) e ferro (Fe) disponíveis.
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Hoje nos mercados, ovos enriquecidos com vitaminas ou com ácidos graxos poliinsaturados (PUFA) são opções disponíveis ao consumidor. Exemplos são os ovos enriquecidos com ácidos graxos ômega-3, oriundos de aves recebendo dieta rica em fontes de ácidos graxos PUFA ômega-3: óleos de peixe (marinhos, de regiões frias), óleo de linhaça, entre outros.

terça-feira, 7 de julho de 2009

DESCOBERTO FUNGO QUE PODE PRODUZIR COMBUSTÍVEL.

Cientistas americanos descobriram na Patagônia, região no sul da Argentina, um fungo capaz de produzir componentes como os que se encontram na gasolina diesel. O fungo poderia ser potencialmente uma nova fonte de energia limpa, segundo o artigo publicado na revista científica Microbiology.

O fungo, batizado de Gliocladium roseum, foi descoberto em uma árvore ulmo (Eucryphia cordifolia) por cientistas da universidade do Estado de Montana, nos Estados Unidos. O Gliocladium roseum gera várias moléculas diferentes que produzem hidrogênio e carbono, e que são também encontradas no óleo diesel. Os cientistas trabalham agora em criar o que chamam de "mycodiesel", um combustível limpo a partir da nova descoberta.

"Este é o único organismo que demonstrou ser capaz de produzir esta combinação importante de substâncias combustíveis", disse o professor Gary Strobel, que conduziu a pesquisa. "O fungo pode inclusive produzir estes combustíveis de diesel a partir da celulose, que poderia ser uma melhor fonte de biocombustível que qualquer uma das que se usa atualmente", opina o cientista.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

SÃO PAULO TEM PRIMEIRO ÔNIBUS A HIDROGÊNIO DA AMÉRICA LATINA.

Depois de quase três anos de discussão, a capital paulista ganha hoje o primeiro ônibus movido a hidrogênio da América Latina. Com 12 metros de comprimento e capacidade para 63 pessoas (incluindo um cadeirante), o novo veículo começa a circular pelo corredor ABD, que faz o trajeto entre o Terminal São Mateus (zona leste) e o Jabaquara (zona sul).

A principal vantagem do novo meio de transporte público é que não há emissão de poluentes. Até o fim de julho, serão feitos testes e não haverá transporte de pessoas.

Todos os dias, o ônibus ambientalmente correto partirá do mesmo ponto de um veículo similar movido a diesel e transportará, em peso, a mesma quantidade. A empresa então vai produzir um relatório chamado comparativo de desempenho. Só após esse monitoramento os passageiros poderão circular no novo veículo (o custo da passagem será o mesmo, de R$ 2,55).

O projeto Ônibus Brasileiro a Hidrogênio foi desenvolvido pelo Ministério de Minas e Energia e pela Empresa Municipal de Transportes Urbanos, em parceria com três entidades. O custo total foi de cerca de R$ 31 milhões. Até o fim de 2010, serão quatro ônibus a hidrogênio. Em corredores, a velocidade média supera 25 quilômetros por hora.