quarta-feira, 30 de setembro de 2009

BIOQUEROSENE DE ÓLEOS VEGETAIS

Um processo inovador para a produção de bioquerosene a partir de vários tipos de óleos vegetais, que poderá tornar o combustível usado em aviões menos poluente e mais barato, foi desenvolvido na Faculdade de Engenharia Química (FEQ) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

A patente da tecnologia já foi depositada pela Agência de Inovação da universidade (Inova Unicamp). Após sua extração e refino, o óleo é colocado em um reator junto com uma quantidade específica de etanol e um catalisador, responsável por acelerar as reações químicas.

“A maior contribuição do processo de obtenção do bioquerosene são os altos índices de pureza do produto final. Outra é a possibilidade de utilização de praticamente qualquer tipo de óleo vegetal como matéria-prima”, disse Rubens Maciel Filho, professor do Departamento de Processos Químicos da FEQ e coordenador do estudo, à Agência FAPESP.

“O processo pode ser dividido em duas etapas principais. Na primeira ocorrem as reações químicas por meio de um catalisador e, na segunda, as relações óleo-etanol são otimizadas considerando variáveis como temperatura e tempo visando a atingir a melhor conversão dos óleos em bioquerosene purificado”, explicou.

No interior do reator ocorre a reação de transesterificação (do álcool com o óleo vegetal) que leva à formação do bioquerosene, menos poluente que os combustíveis de origem fóssil por não emitir enxofre, compostos nitrogenados, hidrocarbonetos ou materiais particulados.

“Além de ser feito a partir de óleos vegetais, outra vantagem ambiental desse combustível renovável é que, ao emitir dióxido de carbono no ar em altitudes elevadas, ele contribui para o crescimento das plantas no solo, que absorvem o dióxido de carbono e conseguem manter seu balanço energético”, explicou Maciel Filho, um dos coordenadores do Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia (BIOEN).

Em uma segunda etapa de produção, os pesquisadores separam todos os produtos da reação: o bioquerosene, o catalisador, a água e a glicerina. O isolamento ocorre em uma unidade de separação em condições de temperatura e pressão que tornam o biocombustível economicamente viável. Um dos segredos do processo está na dosagem precisa das proporções de óleo vegetal, álcool, catalisador e temperatura adequada.

“Conseguimos um grau de pureza que chega a 99,9%. Não há registros de produtos semelhantes no mercado brasileiro ou internacional. E é exatamente esse alto nível de pureza que permite a utilização do biocombustível em altas altitudes”, disse Maciel Filho, que também coordena o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Biofabricação (Biofabris), um dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs) que, no Estado de São Paulo, são apoiados pela FAPESP por meio da modalidade Auxílio à Pesquisa – Projeto Temático.

Transferência de tecnologia

Segundo Maciel Filho, o procedimento tecnológico gera como subprodutos a glicerina, água e o que sobra do etanol não consumido nas reações, sendo que, após a separação desses compostos indesejados, o óleo fica mais fino e com menor viscosidade.

“Essa etapa de separação dos compósitos é uma das grandes inovações do processo. Pelos cálculos preliminares, o custo final do bioquerosene será cerca de 30% mais barato que o querosene oriundo de fontes fósseis, devido, por exemplo, aos baixos custos de energia utilizada em seu processo de produção”, apontou.

Depois da criação e aperfeiçoamento da tecnologia, o bioquerosene foi enquadrado dentro dos requisitos para combustível de aviação estabelecidos pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). “A tecnologia já está em processo de transferência para as empresas interessadas”, disse.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

REFERÊNCIA EM MEDICINA EQUINA, O BRASIL RECEBE CONGRESSO MUNDIAL DE VETERINÁRIA.

Com mais de mil inscritos, 30% dos quais vindos de países dos 5 continentes - o Congresso reúne os 25 “tops” mundiais entre os 40 palestrantes com destaque para Wayne McIlwraith e Nathaniel White, autores de livros que são base da moderna medicina veterinária equina.

As palestras e seminários terão tradução simultânea, e os assuntos abrangendo todas as áreas da medicina equina, com destaque para cavalos atletas. O Congresso também traz para o debate práticas e programas para cuidados de equideos abandonados.

O Brasil e a Equinocultura

Detentor do 3º maior plantel mundial de equinos com 5,9 milhões de animais, o Brasil fica atrás, apenas, da China (7,9 milhões) e México (6,2 milhões), segundo dados da Comissão Nacional da Agricultura. A pesquisa da CNA registra, ainda, que o agronegócio ligado ao cavalo movimenta anualmente R$ 7,3 bilhões e emprega em torno de 3,2 milhões de pessoas direta e indiretamente.

E é este “Brasil equestre” com sua importância social e econômica que os organizadores do “11º Congresso da World Equine Veterinary Association - WEVA 2009” também querem mostrar para os visitantes estrangeiros.

De avanços científicos à cultura brasileira

Entre as atrações do Congresso destaque para a “Exposição Científica” com 325 trabalhos selecionados de países de cinco continentes e que promete mostrar a pluralidade das pesquisas de ponta em prol do contínuo desenvolvimento na medicina equina.

Na quinta-feira, 24, assim que o Congresso for aberto oficialmente por Gary Norwood, presidente da World Equine Veterinary Association (WEVA), às 14h00, uma série de atrações estão programadas, incluindo a “Sala de Exposição”, em que cerca de 40 empresas do setor vão mostrar e lançar produtos. Nesta área, os organizadores criaram o “Espaço Brasileiro” em que produtos como a cachaça, cerâmica e artesanato típico do País prometem encantar os estrangeiros.

A partir das 19h30, no Restaurante Thai, do Casa Grande Hotel, durante coquetel oferecido pelos criadores de cavalo Lusitano Victor Oliva, Paulo Salles e Manuel Tavares de Almeida Filho acontecem diferentes atrações como o capoeira e percussão com ritmos brasileiros.

No sábado, 26, um dos momentos mais esperados do Congresso é a demonstração de ultrassonografia com aparelho de última geração pelo veterinário francês Jean Marie Denoix que vai ter um cavalo Lusitano à disposição. À noite, na festa de encerramento, quem faz o show é a “Rosas de Ouro”, uma das mais premiadas escolas de samba de São Paulo.

Fique por dentro da programação, temas e palestrantes acessando o site oficial: www.weva2009.com.br

O “11º Congresso da World Equine Veterinary Association - WEVA 2009” tem organização da Associação Brasileira de Médicos Veterinários de Equídeos (ABRAVEQ), Confederação Brasileira de Hipismo (CBH) e World Equine Veterinary Association (WEVA), sob coordenação geral da Wolff Sports e Marketing.

CNTBIO APROVA TRÊS NOVAS VARIEDADES DE MILHO GENETICAMENTE MODIFICADO.

A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) aprovou hoje (17) a comercialização de três novas variedades de milho transgênico no País. Dos três milhos aprovados, um é resistente a insetos, outro é resistente a insetos e tolerante a glifosato e um último resistente a insetos e tolerante aos herbicidas glifosato e glufosinato.

Com essas novas liberações comerciais, o Brasil tem aprovadas nove variedades de milho GM, sendo quatro delas resistentes a insetos, três tolerantes a herbicida e outras duas variedades que apresentam as duas características.

Atualmente, variedades de milho GM são cultivadas em 19 países dos cinco continentes. A informação é do Serviço Internacional para a Aquisição de Aplicações em Agrobiotecnologia (ISAAA).

As informações são da assessoria de imprensa do Conselho de Informações Sobre Biotecnologia (CIB).

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

PESQUISA BUSCA PRODUÇÃO DE PATÊS E CONSERVAS DE TILÁPIAS.

Na Semana do Peixe (1 a 15 de setembro), a Embrapa Agroindústria de Alimentos e a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro aproveitam para anunciar que, em breve, o consumidor poderá ter novas opções para consumo de tilápias. Os pesquisadores estão ajustando variáveis para oferecer tilápias na forma de patês e conservas. Se constatada a viabilidade técnica e econômica, piscicultores, agroindústrias e comércio terão a disposição alimentos derivados mais acessíveis e nutritivos, pois a tilápia é fonte de proteínas, minerais, principalmente cálcio e fósforo, vitaminas A, D e complexo B.

Os pesquisadores querem saber até que ponto o tratamento térmico pode ser ajustado para garantir a qualidade sensorial e nutricional dos produtos à base de carne de tilápia. O processo térmico é necessário para combater a ação de microorganismos e aumentar a vida de prateleira da conserva, mas isso afeta as concentrações de ácidos graxos e proteínas.

No caso do patê, a pesquisa explora a composição de fórmulas que garantam sabor, cor, textura e aroma de acordo com as expectativas do consumidor. O produto aproveita as partes descartadas na linha de filetagem da tilápia. Cerca de 90% dessa carne pode ser processada, condimentada e comercializada como patês. “Em testes sensoriais os produtos formulados tiveram boa aceitação”, explicou a pesquisadora Angela Aparecida Lemos Furtado, da Embrapa Agroindústria de Alimentos.

Esse projeto conta com a parceria da Cooperativa de Ranicultores de Cachoeira de Macacu (Coopercramma), da região serrana do Rio, que fornece os peixes para as pesquisas. A tilápia representa a segunda espécie de maior importância na piscicultura mundial, sendo superada apenas, em volume de produção, pelas carpas. É considerada de grande importância na aqüicultura mundial, indicada para o cultivo intensivo, cuja produção está estimada em 1.500.000 toneladas para 2010. O Brasil é o sétimo maior produtor mundial.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

LULA VETARÁ 50% DO PLANTIO DE CANA NO BRASIL.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai vetar a expansão das áreas de plantio de cana de açúcar, que corresponde a 4,6 milhões de km², a medida faz parte do selo verde que quer dar um caráter ecológico a produção de álcool, combustível no País. Durante um discurso na Europa, em julho de 2007, Lula disse que a produção do combustível brasileiro não aumentaria o desmatamento e não prejudicaria a produção de alimentos. No entanto, nenhuma medida tinha sido tomada até então.

Somente as nove usinas de cana já existentes na Amazônia e no entorno do Pantanal poderão continuar em operação. O projeto estimula que outros empreendimentos e novas plantações de cana devem ocorrem em áreas de pastagem degradada.

O governo e os produtores esperam que a área de 7 milhões de hectares possa ser duplicada até 2017. O projeto de regras para o zoneamento de áreas de cultivo ainda pode sofrer alterações no Congresso.

O anuncio do zoneamento deve ser feito no próximo dia 17. Integrantes do governo reconhecem que a iniciativa de Lula faz parte da uma resposta do presidente à possível candidatura de Maria Silva à presidência do País pelo Partido Verde em 2010.

ESTUDO COM MÉTODOS DE HIDRATAÇÃO EM COUVE É APRESENTADO EM CONGRESSO NO CEARÁ.

O fisiologista vegetal Adonai Gimenes Calbo apresenta durante o XII Congresso Brasileiro de Fisiologia Vegetal, em Fortaleza/CE, de 7 a 12 de setembro, estudo realizado com três métodos comparativos para medir o índice de hidratação em folhas de couve.
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As primeiras avaliações do pesquisador da Embrapa Instrumentação Agropecuária, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, apontaram como melhor método o índice para medir a pressão de turgescência pelo Wiltmeter, equipamento desenvolvido por ele e já em face de transferência para empresas interessadas em fabricar e comercializar a tecnologia. De acordo com o pesquisador, os outros métodos avaliados, o teor relativo de água e o volume hidratado relativo são mais demorados e ainda há a necessidade de tratamento prévio da folha. Pelo método tradicional, teor relativo de água, a avaliação pode levar até 48 horas. “Com o Wiltmeter, a avaliação pode ser realizada em dois ou três minutos”, explica.

Índices de hidratação são variáveis de natureza prática que podem auxiliar na quantificação de estresses hídricos sofridos pelas plantas. Apesar de simples, conceitualmente, o pesquisador explica que o estabelecimento e a medição destes índices têm sido tarefas, frequentemente, limitante em aplicações agronômicas.

A Embrapa Instrumentação Agropecuária vem trabalhando na melhoria do processo de pós-colheita e tem desenvolvido pesquisas na mensuração de danos físicos e qualidade na cadeia produtiva. Para isso, desenvolveu o Wiltmeter para medição da turgescência de folhosas, ou seja, para medir a firmeza, a murcha das folhas. A turgescência das folhas é fator primordial de qualidade relacionado ao conteúdo de água e prejudicado pela perda dela.

O Wiltmeter é um instrumento para fazer medidas objetivas após a colheita no campo e durante o armazenamento, é simples, portátil e de fácil uso. Estudos indicaram que o instrumento é adequado para avaliação objetiva e rápida da qualidade de folhosas, o que é um progresso em relação aos métodos táteis subjetivos atualmente utilizados em todo o mundo. De acordo com Calbo, o equipamento gera resultados tão próximos aos obtidos com a sonda de pressão que o qualifica como um instrumento sucedâneo e mais prático que pode ser utilizado em estudos de pós-colheita e de ecofisiologia vegetal nos quais a aplicação direta da sonda de pressão seria impossível ou ao menos demasiadamente trabalhosa.