sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

LÁCTEOS ESTÃO EM ALTA NO MERCADO INTERNACIONAL.

Segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), os preços de exportação do setor lácteo, entre 16 e 27 de novembro, mostraram um novo reajustamento para todos os produtos na Oceania e na União Europeia, quando comparados à quinzena anterior. Na União Europeia, o preço médio do leite em pó inteiro foi cotado em 3.987,5 dólares por tonelada (mais 3,24 %), sendo que o valor máximo ultrapassou os 4.000 dólares por tonelada.

Segundo informações da Dairy Industry Newsletter (DIN), os preços no mercado mundial aumentaram mais acentuadamente nas últimas semanas, devido à oferta limitada, ao ‘aquecimento’ da procura e aos preços na União Europeia afetados pelo corte das restituições à exportação. A oferta de leite na Nova Zelândia deve ser 0,6% superior em relação ao ano passado, mas menor do que a esperada, enquanto a oferta da Austrália no trimestre entre junho e setembro caiu quase 4% face ao mesmo período do ano anterior.

A Califórnia, maior estado produtor de leite em pó dos EUA, sofreu uma contração de 5% na oferta de leite, e todos os preços nos EUA continuam a subir, com os mercados de proteína particularmente apertados. A procura tem sido impulsionada pelo excepcional aumento das importações chinesas. O mercado está à espera do próximo leilão online da Fonterra, com expectativa de novos aumentos de preços.

Na União Europeia, segundo a DIN, todas as restituições à exportação foram agora reduzidas a zero, o que criou uma grande incerteza sobre o futuro dos preços, especialmente para a manteiga e o leite em pó inteiro. Para o leite em pó desnatado, o aumento dos preços mundiais tem sido suficientemente rápido para absorver a maior parte da redução das restituições à exportação.

Os preços do leite em pó inteiro variaram entre 3.775 e 4.200 dólares por tonelada na União Europeia, e entre 3.400 e 3.700 dólares por tonelada na Oceania.

Na União Europeia, o preço médio do leite em pó desnatado (3.437,5 dólares por tonelada) teve uma subida de 4,2% em relação à quinzena anterior, com valores entre 3.275 e 3.600 dólares por tonelada. O soro em pó mostrou o reajustamento mais leve, de 2,35 por cento, no preço médio (1.087,5 dólares por tonelada), oscilando entre 975 e 1.200 dólares por tonelada.

Na Oceania, o preço médio do leite em pó desnatado ficou em 3.400 dólares por tonelada, com valores entre 3.200 e 3.600 dólares por tonelada, um reajustamento de 1,5% em relação à quinzena anterior. O queijo cheddar foi o produto com a subida mais expressiva no preço médio (12,3%), fechando a 4.350 dólares por tonelada, com valores entre 4.000 e 4.700 dólares por tonelada. O valor médio da manteiga foi de 3.750 dólares por tonelada na Oceania, 3,5% superior em relação à quinzena anterior, e 5.125 dólares por tonelada na União Europeia, uma subida de 4,6%.

Um comentário:

  1. Durante muito tempo produtores e analistas do mercado de lácteos vêem reinvidicando a esta­bilidade do preço do leite. Naturakmente o preço considerado, em tal reivindicação, é o preço real, ou seja, o preço corrigido pelos índices de inflação. No entanto, entendo que além da variação inflação
    inflacionária, a sazonalidade da produção também influencia nos preços do leite e seus derivados, uma vez que no verão a produção é maior e consequêntemente o preço é menor e, no inverno, a produção é menor e o preço maior. Na verdade, entendo que, o leite, por ser considerado bem de necessidade básica não pode ter grandes variações em seus preços, pois todos devem ter acesso ao produto.

    Parabéns pelo blog!!

    Camila Giannini
    Economista pela Universidade Estadual de Maringá
    Patrolmar Tratores e Peças

    www.patrolmartratores.com.br

    Acontece que, nos últimos anos, a sazonalidade da produção reduziu muito e, mesmo assim, a variação do preço, durante o ano, continuou elevada, sem acompanhar, no mesmo ritmo, o comportamento da produção, conforme indica o gráfico 1. De 1995 a 2002, o coeficiente de variação da produção (desvio-padrão dividido pela média vezes cem) reduziu 6,48% ao ano e o do preço reduziu apenas 0,61% ao ano (taxa não-significativa). Isto frustrou quem acreditava que a redução da sazonalidade de produção iria causar estabilidade do preço do leite. A análise das razões desse comportamento do mercado é o objetivo principal deste artigo.

    Na explicação de tal comportamento, um ponto importante diz respeito à mudança na geografia da produção. Mais do que a mudança geográfica em si, foi a mudança na tecnologia de produção das novas regiões produtoras de leite. Os exemplos mais significativos aconteceram nos estados de São Paulo e Goiás e, em Minas Gerais, nas regiões do Sul de Minas e Triangulo e Alto Paranaíba.

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